quarta-feira, 1 de abril de 2009

Ode ao Gato - Neruda


Os animais foram
imperfeitos,
compridos de rabo, tristes
de cabeça.
Pouco a pouco se foram
compondo,
fazendo-se paisagem,
adquirindo pintas, graça vôo.
O gato,
só o gato apareceu completo
e orgulhoso:
nasceu completamente terminado,
anda sozinho e sabe o que quer.

O homem quer ser peixe e pássaro,
a serpente quisera ter asas,
o cachorro é um leão desorientado,
o engenheiro quer ser poeta,
a mosca estuda para andorinha,
o poeta trata de imitar a mosca,
mas o gato
quer ser só gato
e todo gato é gato do bigode ao rabo,
do pressentimento à ratazana viva,
da noite até os seus olhos de ouro.

4 Participações especiais:

Natália disse...

Ahhh, eu detesto gatos de qualquer jeito. Tenho medo, tenho nojo, tenho verdadeira agonia a gatos.

Beijo

Lucas Vallim disse...

Nossa! Juro que eu não esperava tanto desse poema, pois todo mundo fala sobre animais...
Mas tenho que te dizer...você conseguiu algo diferente aí! Parabens!

lucasvallim_2004@hotmail.com

Me add para conversarmos sobre parceria, se quiser e puder, é claro.

Até logo!

Dieta já disse...

HAHAHA
TÁ LEGAL ESSE BLOG.
BEIJO

Deise Rocha disse...

tô achando q alguém aqui adoooooooora gatos!
fato!