sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Seus poemas,
dentre as páginas de um livro,
apareciam sempre de surpresa,
e era como se a gente descobrisse uma folha seca
um bilhete de outrora
uma dor esquecida
que têm agora o lento e evanescente odor do tempo…

A epígrafe, meio grande é verdade, retrata as dores que vem nos visitar de vez em quando. Quintana escreveu isso sobre a sua amizade com Cecília Meirelles, e de fato as dores que vão e vêm são tão diversas quanto estranhas. Algumas delas a gente simplesmente não lembra e quando a gente percebe... PIMBA! É uma mistura de lembrança do que não houve com a saudade do que poderia ter sido. As vezes é um pouco mais concreta é mais real... Dói mas sossega. Como diz o Quintana, tem o lento e evancescente odor do tempo. Nada com o tempo para sossegar as dores.
Infelizmente o mundo é muito pequeno e cheio de encruzilhadas onde encontramos nossa vida de anos atrás. É como se gostássemos de errar novamente e da mesma forma. A vida está na nossa frente, é uma estrada reta... cheia de intersecções que insistimos em usar como retorno e atrasar a nossa viagem.

Bjos a todos.

Ja que estou em Israel, andaram me perguntando o que acho da cupula em Annapolis para fazer um acordo de paz entre israelenses e palestinos....Bom, eu fico com a frase da Condoleeza: "Para resolverem as coisas, as duas partes devem estar dispostas a abrir mao de dogmas e coisas importantes"....
Falo!

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Pegando o gancho do Bruxo....Falo de uma materia da Veja de uns meses atras.....Sobre alimentacao de criancas...Tinha uma guria carioca de 10 anos que so comia sushi e tomava refrigerante....Tinha falta de ferro, proteinas e calcio....Ela nao tomava uma gota de leite, nem comia feijao com arroz....Carne menos....Entao a nutricionista mandava a mae dela empurrar comida goela abaixo.......Frescuras de adultos metidos a besta ja chegaram a criancas de 10 anos....Eh lamentavel....Abaixo a Adultizacao....Concordo contigo, Bruxo....
Falo!

Ser criança....

É notável a capacidade de ser criança. A condição de negar a idade que o tempo quer nos impor. Admiro algumas pessoas que são crianças e acompanham as crianças do seu tempo.
Lembrar o desenho da "nossa época" é apenas nostalgia, admiro mesmo é quem consegue achar graça nos desenhos de hoje. Infelizmente, eu tenho dificuldades de ver os desenhos de hoje, aqueles que confundem inocência com idiotice. Lembro de desenhos como Smurfs, Caverna do Dragão, Superamigos e He-Man que eram, antes de tudo, lições. Depois disso, tivemos um período em que as crianças foram "adultizadas" encantadas pela violência, que na minha época era só na seção coruja. Os desenhos japoneses criaram uma atmosfera de fantasia... O que viria depois?? Teletubbies! Quando eu achei que não podia ficar pior, ficou! Mas não vou citar nome de desenhos para não ferir suscetibilidade, no entanto, acredite, eu vejo uma luz no fim do túnel. Espero que não seja um trem na contramão. Penso que depois da idiotização, a evolução natural será a infantilização, talvez um pouco mais tarde... Mas ela virá. Quem sabe, daqui há um tempo, ser idiota vai deixar de ser fofo e será somente Idiota. Por favor, não confundam ser idiota com ser criança, este último é uma virtude... das mais bonitas!

Bjos e desculpem a bronca!

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Estive na Fonte Nova em janeiro de 2002, abertura do Campeonato do Nordeste, Bahia x America-RN....Baita estadio, galera presente, grande jogo.....Lembrei daquela minha ida por causa da tragedia do ultimo domingo.....Culpa do governo baiano, que nao conservou o "Ferradura", apelido carinhoso dado pelo povo, por causa do formato do estadio.....7 mortes por negligencia das autoridades....Com a palavra, o governador Jacques Wagner e os seus tecnicos.....
Falo!

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Dois anos da Batalha....26 de novembro de 2005....Nossos coracoes apontavam para o bairro dos Aflitos, no Recife....Depois daquilo...Eu passei a acreditar em tudo.....

sábado, 24 de novembro de 2007

Como a Ruiva andou postando, faz um tempo, uns videos pitorescos de programas de tv....Sugiro dois tirados do youtube....Vem de Portugal....Vejam ai....
Falo!




sexta-feira, 23 de novembro de 2007

O Ira! terminou e virou O Trio....Saida do Nasi fez Scandurra, Gaspa e Andre Jung seguirem suas vidas de uma outra forma....Segundo comunicado do Edgar, 99% do repertorio do Ira! estara presente em O Trio...Pois foi feito por eles mesmos....O Ira!, grupo paulistano, sempre foi grato ao publico gaucho que, mesmo na fase longe da midia, nunca o abandonou....Sempre garantindo grandes shows em Porto Alegre....

Falo!

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Camisa de Venus....Banda que fez e faz historia no Rock Brasileiro.....Pois a Som Livre veio buscar os baianos e traze-los ao eixo Rio-SP para fechar contrato em meados dos anos 80....Estava tudo certo, mas a gravadora exigia troca de nome....Camisa de Venus seria "inapropriado"....Isso ja havia ocorrido com a banda Verminose, do Kid Vinil, que virou Maganize.....Pois bem, o lider Marcelo Nova aceitou a troca e sugeriu "Capa de Pica".....Eles foram chutados porta afora, mas nao perderam a pose.....Simca Chambord, Joana D'Arc e Gottan City....Nomes para se estudar na pre escola e na academia....



Falo!



Bruxo, abraco.

Ruiva, beijo.

O sorriso e a vergonha...

Era a tarefa mais simples do mundo: Cortar o cabelo, no entanto, tornou-se um acontecimento. Enquanto o barbeiro cortava o meu cabelo e falava sobre o centro-avante da seleção, uma senhora, negra, magrinha uma saia florida, chinelinhos nos pés, um chpéu na cabeça e um sorriso no rosto. Em seus braços um grande envelope. Ela, ainda com o sorriso, pergunta se teria muita gente para cortar o cabelo com um barbeiro. Ao receber a resposta que não, ela disse que gostaria de cortar... - Quero passar a máquina zero. Diante do espanto, o barbeiro chama uma cabelereira, eis que a senhora diz: - Não pode ser com os senhores mesmo... só quero passar a máquina zero... Raspar a cabeça... Virar soldadinho...

Em seguida, no único momento em que tirou o sorriso do rosto, perguntou se era muito caro. Ao ouvir a resposta, novamente abriu o sorriso. Sentou-se na cadeira, que os barbeiros tiveram a sensibilidade de colocar no fundo da loja, e raspou a cabeça. Enquanto, cortava o cabelo, comentava que teria que passar por uma batalha e estava preparando o seu espírito. O envelope continha um diagnóstico de câncer e uma receita para começar as terapias de medicamentos e radiação. Os cabelos, que seriam perdido, foram retirados com coragem pela frágil senhora.

Rapidamente, teve a cabeça raspada, que ela em seguida cobriu com o chapéu. Mais animada do que entrou, ela deu dez reais, reitarados com garbo da sua simples bolsa, e sorrindo, fez questão de mostrar para todos no salão, o que ela disse ser o seu novo look. Ainda disse que estava se sentindo linda. Sem tirar o sorriso do rosto em nenhum momento, recolocou o chapéu e seguiu seu caminho.

Tive vergonha do meu sorriso, tive vergonha da minha tristeza... Sobretudo da minha covardia diante de qualquer problema... A "frágil" senhora era valente por demais, levou com ela, além do seu sorriso, seu envelope, e sua coragem, a minha admiração. Deixou no salão, 10 reais, seus cabelos e um grande lição: Não desistir .... Nunca!

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Porque é o amor....

Tentando, em vão, complementar o que a Ruiva escreveu....

É só o amor. O amor aparece sem pedir e se esquece de sair. Com o perdão com a rima. O pior que é um mal que a gente costuma procurar... Quem nunca disse: - Eu preciso me apaixonar.
Em seguida imagina que viverá um conto de fadas. Mãos dadas, jantar a luz de velas, amor em vez de sexo, carinho, flores e sonhos. De fato alguns tem essa sorte. Mas são poucos. O amor é poesia, é dor. É algo do que dependemos, contra o qual lutamos, mas que é mais forte e transborda pelos nossos poros. Não podemos impedir. O amor, travestido de paixão, vem e toma conta.
Chega no domingo, chega na segunda. Nem sábado respeita. Fica durante um tempo e depois acaba. Se esconde na amizade, ou então fica vivendo escondido na memória, tentando voltar um dia.
Não é desilusão nem desapego. Pelo contrário, é uma ilusão boa, que nos leva a viver, pra procurar, viver e morrer para encontrar aquele que será eterno e verdadeiro. As vezes brega, as vezes bonito, mas o próximo... sempre... para sempre.


*Perdão... é segunda feira.

domingo, 18 de novembro de 2007

There she is!

Abrindo o espaço para falar de novo sobre amor.

O vídeozinho, enviado pelo Gustavo (ainda vou abrir um espaço aqui só pra ele), relata bem o sofrimento de uma moça, com orelhas compridas, que se apaixona por um rapaz muito diferente dela.

O rapaz foge, corre, se esconde, mas não dá, o amor da mocinha é forte e ele acaba cedendo.
Ele se esforça e sofre, pois acha que não gosta dela. Até que um belo dia, ele percebe, que ela é o seu grande amor.

Às vezes é assim, difícil para perceber e/ou aceitar. Deixo o vídeozinho coreano e o link de um conto que me fez chorar lá do blog Guerras Secretas, que mostra que às vezes perdemos muito tempo desacreditando no amor.

Caramba! O amor é lindo! Pra quê complicar? =)))))



Eu chorei rindo desse vídeo. Fofo demais!
A música é There She Is, da banda Witches.



sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Ah ... a Sexta Feira

Sexta é dia de mé, muié e moté...

Caros habitantes do mundo vermelho... Devido ao convite da Menina dos cabelos inflamados estou aqui...
Chamo-me Tiago Paixão... Poucos me conhecem... e sejam felizes por isso...
Sou jornalista e tento ser amigo dela, embora as vezes eu falhe ridículamente nessa função...
Escrevo hoje sobre lições de amizade...

São poucos amigos que a gente pode contar de verdade... Mas esses são para a vida toda. O Vinícius costumava dizer que suportaria a morte de seus amores, mas não a de seus amigos. E eu costumo dizer que os amigos são aqueles irmãos que Deus nos deu a chance de escolher.
Tome cuidado, uma boa amizade tem de ser como uma flor, um carro, uma casa.... Como uma flor, pois é necessário regar... para sentir o perfume e a beleza... (em caso de fazer merda, pode-se usar como adubo)... Como um carro... porque os amigos nos levam para onde a gente quer e a gente precisa... nos socorrem em caso de emergência e também satisfazem uma certa vaidade pessoal. Assim como os carros, precisam de manutenção... para não ficarem no meio do caminho... e finalmente são como a nossa casa... pois isso é acolhida.... isso quer dizer também que precisam de limpeza, faxina, cuidado e porque não, uma decoração mesmo que simples....

Obrigado a todos que são amigos da Menina Ruiva por que indiretamente são meus amigos também... ajudam a regar o meu jardim, a conservar o meu carro e decorar a minha casa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Monalisa Rubra

Do poeta Nelson Burd

Delicadeza nos traços;
Mistério no sorriso;
Monalisa Rubra;
Meiguice no olhar;
Jeito leve de ser;
Pseudo-tristeza que atrai o sofrimento;
Alegria de viver;
Tragi-comédia amorosa em pessoa;
Intensidade perigosa;
Alguém especial.


Lindo demais!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Partido Borracho

Ai meu coração!
Hoje é dia de votação na uni e os conscientes vão votar 33 lá na urninha eletrônica.

Pela renovação de O² no DCE.
Pela musicalidade;
Pela filosofia de butequim;
Pela criatividade;
E por tudo mais que nós merecemos.

33, Partido Borracho.





Galerinha, último post antes da viagem.
O Próximo post é Prudy City.
Mana! Me espera pro almoço, nega!
Abração pra todos.

Manual de sobrevivência

Dica do Gustavo.


FRASES E PROCEDIMENTOS PARA SOBREVIVER A UMA MULHER COM TPM.
Acho bom memorizar... ;)


PERIGOSO: O que tem pro jantar?
SEGURO:
Posso te ajudar com o jantar?
SEGURÍSSIMO:
Onde você quer ir pra jantar?
ULTRA-SEGURO:
Aqui, come esse chocolate.

PERIGOSO: Você vai vestindo ISSO?
SEGURO:
Nossa, você fica bem de marrom.
SEGURÍSSIMO: Uau! Tá uma gata!
ULTRA-SEGURO:
Aqui, come esse chocolate.

PERIGOSO: Tá nervosa por quê?
SEGURO:
Será que não estamos exagerando?
SEGURÍSSIMO: Vem, deixa eu te fazer um carinho...
ULTRA-SEGURO:
Aqui, come esse chocolate.

PERIGOSO:
Será que você devia comer isso?
SEGURO:
Sabe, ainda tem bastante maçã.
SEGURÍSSIMO:
Quer um copo de vinho pra acompanhar?
ULTRA-SEGURO: Aqui, come esse chocolate.

PERIGOSO:
O que você fez o dia todo?
SEGURO:
Espero que você não tenha trabalhado demais hoje.
SEGURÍSSIMO:
Adoro quando você usa esse robe!
ULTRA-SEGURO: Come mais um pouco de chocolate.

Alguém, POR FAVOR, tem um chocolate???

sábado, 3 de novembro de 2007

Pricasso

A dona do Blog está chocada!

Timothy James Francis Patch, Tim Patch, ou Pricasso, como é reconhecido, usa uma técnica "diferente" de pintura. Digamos que Pricasso não usa um pincel convencional.
Quem quiser saber mais sobre o artista, sugiro o site.

Fazer o que? Querendo ou não, isso é arte. Mas eu ainda prefiro a pintura com fincel convencional!

Assista ao vídeo e veja com os próprios olhos, ou não.



Esse sim tem o direito de dizer a velha frase "tu não pinta como eu..." ah, esquece! =P



quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Tudo o que vai volta...

E eu voltarei...
Amigos, estou de viagem marcada para daqui alguns dias. Não sei quando vou poder postar, então não se assustem. =D
Estou apenas me organizando para que tudo saia da forma que eu planejo.
Assim que puder, voltarei com as postagens diárias.
Abraços a todos!

Abraço especial para os blogueiros que me visitam quase todos os dias e que fazem esse blog mais divertido!

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Ao vivo

Outra gafe ao vivo!



Parabéns pro Uilian que hoje tá de aniversário.

=***

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Grêmio!

Momentos bons!
Dedicado aos meninos do Capinaremos.




segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Meu dono é um retardado

E eu pago por isso...









Amanhã tem mais! Eu acho...

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Eu sou Poesia

Eu sou Poesia, incompleta.
Procura-se um Poeta.


sexta-feira, 28 de setembro de 2007

What Sarah Said

Quem enviou foi o Gustavo, médico residente em traumatologia em Porto Alegre, que merece todo o meu respeito e admiração.
Acho que a letra diz tudo...

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Meu amor ruivo

Para quem ainda não sabe, eu tenho um amor ruivo... E esses somos nós...
Eu e meu amor ruivo.
Porque diferente dos outros, nosso amor é RUIVO!

Me resolvi por subir na pedra mais alta
Pra te ver chegar sorrindo da pedra mais alta...

Eu te amo, meu menino!

Ao meu Menino

Porque só ele entende o que eu quero dizer agora. =)

Não vim até aqui pra desistir agora
Entendo você, se você quiser ir embora
Nao vai ser a primeira vez nas últimas 24 horas

Mas eu não vim até aqui pra desistir agora
Minhas raízes estão no ar
Minha casa é qualquer lugar
Se depender de mim eu vou até o fim

Voando sem instrumentos
Ao sabor do vento
Se depender de mim eu vou até o fim
Até o fim

A ilha não se curva noite a dentro, a vida a fora
Toda vida, o dia inteiro
Não seria exagero
Se depender de mim eu vou até o fim

Cada célula, todo fio de cabelo
Falando assim parece um exagero
Mas se depender de mim eu vou até o fim
Até o fim

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Somente para Raros

Música linda!!
"...quero você inteiro e a minha metade de volta..."




A pedra mais alta
Fernando Anitelli


Me resolvi por subir na pedra mais alta
Pra te enxergar sorrindo da pedra mais alta
Contemplar teu ar, teu movimento, teu canto
Olhos feito pérola, cabelo feito manto

Sereia bonita sentada na pedra mais alta
To pensando em me jogar de cima da pedra mais alta
Vou mergulhar, talvez bater cabeça no fundo
Vou dar braçadas remar todos mares do mundo

O medo fica maior de cima da pedra mais alta
Sou tão pequenininho de cima da pedra mais alta
Me pareço conchinha ou será que conchinha acha que sou eu?
Tudo fica confuso de cima da pedra mais alta

Quero deitar na tua escama
Teu colo confessionário
De cima da pedra não se fala em horário
Bem sei da tua dificuldade na terra
Farei o possível pra morar contigo na pedra

Sereia bonita descansa teus braços em mim
Não quero tua poesia teu tesouro escondido
Deixa a onda levar todo esboço de idéia de fim
Defina comigo o traçado do nosso sentido

Quero teu sonho visível da pedra mais alta
Quero gotas pequenas molhando a pedra mais alta
Quero a música rara o som doce choroso da flauta
Quero você inteira e minha metade de volta

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Só, nem ao menos Deus por perto

Foi numa quinta-feira há exatamente um ano atras...
E posso dizer que hoje eu tenho um baita amigo.

E essa vai para você, querido.

Meet me in Montauk


Clem: This is it, Joel.
Clem: It's going to be gone soon.
Joel: I know.
Clem: What do we do?
Joel: Enjoy it!

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Segunda-feira


domingo, 9 de setembro de 2007

A dor do não vivido

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.
Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.



A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.



(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 8 de setembro de 2007

Pérola ao vivo

Pérola ao vivo em programa de rádio.
Enviado pelo Nelson.


segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Anjo de asas pesadas

Toda noite eu morro
Para poder voar ao seu lado
Mas toda manhã Deus me faz renascer
Sem as asas que você me prometeu
Você prometeu...
Você prometeu!
Anjo de asas pesadas
Descanse aqui junto a mim...
Eu me perco me esqueço e me encontro outra vez
Eu me vingo, destruo e perdôo o mal que ninguém jamais me fez
Você prometeu...


Não espero que você entenda o que eu quero dizer
Talvez eu seja louca ou talvez seja como você
Mas nada disso importa,
No final tudo vai dar certo
...e eu mesmo entendo mas hoje eu me sinto bem
Lembrando de você
Lembrando de você eu me sinto bem...

(Khorus)

domingo, 26 de agosto de 2007

Erro... Erro...

Essas coisas me procuram ou eu tenho tanto azar assim que só entro nos sites que têm erro?
Eu só queria jogar Mario para aliviar o stress... Mas não foi bem isso que aconteceu.
Ah, tem que abrir a imagem para ver o erro absurdo.


sexta-feira, 6 de julho de 2007

Kiwi - Mad World


Eu chorei...




Amanhã tem donuts!

domingo, 1 de julho de 2007

Remedios, a bela.

Aviso: é um texto longo. Se não quiser ler, não vou me importar. Não vai fazer diferença mesmo... =)

A suposição de que Remedios, a bela, possuía poderes de morte estava agora sustentada por quatro fatos irrebatíveis. Ainda que alguns homens de palavra fácil gostassem de dizer que bem valia sacrificar a vida por uma noite de amor com uma mulher tão perturbadora, a verdade foi que nenhum fez qualquer esforço para o conseguir. Talvez, não só para a render como também para esconjurar os seus perigos, tivesse bastado um sentimento tão primitivo e simples como o amor, mas essa foi a única coisa de que ninguém se lembrou.

Úrsula não voltou a preocupar-se com ela. Noutra época, quando ainda não tinha renunciado ao propósito de a salvar do mundo, tentou que se interessasse pelos assuntos elementares da casa. "Os homens pedem mais do que tu julgas", dizia-lhe enigmaticamente. "É preciso cozinhar muito, varrer muito, sofrer muito por ninharias, muito mais do que tu julgas." No fundo, enganava-se a si própria, tentando prepará-la para a felicidade doméstica, porque estava convencida que uma vez satisfeita a paixão, não havia homem na Terra capaz de suportar nem que fosse por um dia uma negligência que estava para além de toda a compreensão. O nascimento do último José Arcadio e a sua firme vontade de o educar para papa, acabaram por fazê-la desistir das preocupações com a bisneta. Abandonando-a à sua sorte, confiando que, mais cedo ou mais tarde aconteceria um milagre e que, neste mundo, onde havia de tudo, também haveria um homem com pachorra suficiente para se encarregar dela.

Há já muitos meses que Amaranta desistira de todas as tentativas para a tornar numa mulher útil. Desde as tardes esquecidas da sala de costura, quando a sobrinha apenas se interessava por dar à manivela da máquina de costura, que chegara à conclusão simples de que era tonta. "Vamos ter de te rifar", dizia-lhe, perplexa, perante a sua impermeabilidade à palavra dos homens. Mais tarde, quando Úrsula se empenhou em que Remedios, a bela, assistisse à missa com a cara coberta por um véu, Amaranta pensou que aquele recurso misterioso se tornaria tão provocador que depressa haveria um homem suficientemente intrigado para procurar com paciência o ponto fraco do seu coração. Mas quando viu a forma insensata como desprezou um pretendente que, por muitos motivos, era mais apetecível do que um príncipe, renunciou a toda a esperança.

Fernanda não fez sequer uma tentativa para a compreender. Quando viu Remedios, a bela, vestida de rainha no Carnaval sangrento, pensou que era uma criatura extraordinária. Mas quando a viu a comer com as mãos, incapaz de dar uma resposta que não fosse um prodígio de simplicidade, a única coisa que lamentou foi que os tontos da família tivessem uma vida tão longa.

Apesar de o coronel Aureliano Buendía continuar a acreditar e a repetir que Remedios, a bela, era, de fato, o ser mais lúcido que jamais conhecera e que o demonstrava a todo o momento com a sua assombrosa habilidade para fazer pouco de toda a gente, abandonaram-na ao deus-dará. Remedios, a bela, ficou a vaguear pelo deserto da solidão, sem cruzes às costas, amadurecendo nos seus sonhos sem pesadelos, nos seus banhos intermináveis, nas suas refeições sem horários, nos seus profundos e prolongados silêncios sem recordações, até uma tarde de Março em que Fernanda quis dobrar no jardim os seus lençóis de barbante e pediu a ajuda das mulheres da casa. Mal tinham começado quando Amaranta reparou que Remedios, a bela, estava transparente, com uma palidez intensa.

- Você está a sentir-se mal? - perguntou-lhe.
Remedios, a bela, que segurava o lençol pelo outro extremo, teve um sorriso de piedade.
- Pelo contrário - disse -, nunca me senti tão bem.
Acabava de dizer isto quando Fernanda sentiu que um delicado vento de luz lhe arrancava os lençóis das mãos e os estendia em toda a sua amplitude. Amaranta sentiu um tremor misterioso nas rendas das suas anáguas e tratou de se agarrar ao lençol para não cair, no momento em que Remedios, a bela, começava a ascender. Úrsula, já quase cega, foi a única que teve serenidade para identificar a natureza daquele vento irremediável e deixou os lençóis à mercê da luz, olhando para Remedios, a bela, que lhe dizia adeus com a mão, entre o deslumbrante bater de asas dos lençóis que subiam com ela, que abandonavam com ela o ar dos escaravelhos e das dálias e passavam com ela através do ar onde as quatro da tarde terminavam, e com ela se perderam para sempre nos altos ares onde nem os mais altos pássaros da memória a podiam alcançar.

(Cem Anos de Solidão - Gabo)

sábado, 23 de junho de 2007

Sierva María de Todos los Ángeles

"No terceiro nicho do altar-mor, do lado do Evangelho, estava a notícia. A lápide saltou em pedaços à primeira pancada do alvião e uma cabeleira viva, de uma intensa cor de cobre, espalhou-se pela cripta. O mestre-de-obras quis retirá-la completa com o auxílio dos seus operários, mas quanto mais puxavam mais comprida e abundante ia surgindo, até saírem as últimas madeixas, ainda presas a um crânio de criança. No nicho não ficaram senão uns ossitos pequenos e dispersos e na lápide de cantaria carcomida pelo salitre apenas era legível um nome sem apelidos: Sierva Maria de Todos los Angeles. Estendida no chão, a esplêndida cabeleira media vinte e dois metros e onze centímetros"

Tudo começou quando Gabriel García Márquez fica encarregado de uma reportagem em Bogotá, no ano de 1949. Ao cobrir a remoção das criptas funerárias do convento de Santa Clara, o então jovem jornalista depara-se com um caixão que abriga uma ossada com cabelos de aproximadamente 22 metros. Mesmo informado de que esse fato não é incomum, Márquez relaciona o fato a uma lenda que sua avó contava, sobre uma marquesinha venerada no Caribe por ser considerada milagrosa e que havia sido mordida por um cachorro e morrido de raiva. A marquesinha possuía uma cabeleira "que se arrastava como a cauda de um vestido de noiva".


Do amor e outros demônios - Gabo